No primeiro estágio, na ortopedia infantil, a professora mal terminava de perguntar “quem quer...” e eu já respondia “eu vou”. Queria mostrar que tenho iniciativa. Foi assim que acabei dando minha primeira assistência em uma das tarefas mais difíceis e rotineiras na enfermagem: o banho no leito.
O garoto de 15 anos, portador de malformação congênita, sentia muita dor ao ser manipulado. Éramos seis pessoas em volta da cama dele: três auxiliares de enfermagem, a professora e duas alunas/estagiárias. O problema deste paciente afetava o bom funcionamento de seus pulmões e do coração, o obrigando a manter eletrodos na parte superior do tórax, acesso venoso no antebraço e dispositivo urinário no órgão genital. E ele precisava tomar banho. E não podia receber nenhuma friagem.
Diante deste quadro minha tensão só aumentou, todo cuidado ali era pouco. Mas eu estava aprendendo e, com orientação e supervisão, não havia o que temer. Quando a professora me encorajou dizendo “pode esfregar a esponja nas costas dele”, ao pressionar a pele do garoto ele deu um grito! Afastei a esponja na hora, de susto, achando que tinha feito algo muito errado. Todas olhamos para ele e depois olharam para mim. A professora pediu para eu continuar, obedeci, e o paciente não gritou mais.
Como mecanismo de defesa, o garoto acostumou-se a gemer. E usou sua arma contra uma estudante inexperiente. Depois de realizado o procedimento fiquei pensando no esforço e no sofrimento dele em uma hora que deveria lhe trazer alívio, não dor. Quando estava lavando as mãos, a professora flagrou-me chorando e disse “essa é uma das prova de fogo na enfermagem, minha primeira vez também não foi fácil”.
O garoto de 15 anos, portador de malformação congênita, sentia muita dor ao ser manipulado. Éramos seis pessoas em volta da cama dele: três auxiliares de enfermagem, a professora e duas alunas/estagiárias. O problema deste paciente afetava o bom funcionamento de seus pulmões e do coração, o obrigando a manter eletrodos na parte superior do tórax, acesso venoso no antebraço e dispositivo urinário no órgão genital. E ele precisava tomar banho. E não podia receber nenhuma friagem.
Diante deste quadro minha tensão só aumentou, todo cuidado ali era pouco. Mas eu estava aprendendo e, com orientação e supervisão, não havia o que temer. Quando a professora me encorajou dizendo “pode esfregar a esponja nas costas dele”, ao pressionar a pele do garoto ele deu um grito! Afastei a esponja na hora, de susto, achando que tinha feito algo muito errado. Todas olhamos para ele e depois olharam para mim. A professora pediu para eu continuar, obedeci, e o paciente não gritou mais.
Como mecanismo de defesa, o garoto acostumou-se a gemer. E usou sua arma contra uma estudante inexperiente. Depois de realizado o procedimento fiquei pensando no esforço e no sofrimento dele em uma hora que deveria lhe trazer alívio, não dor. Quando estava lavando as mãos, a professora flagrou-me chorando e disse “essa é uma das prova de fogo na enfermagem, minha primeira vez também não foi fácil”.