23 de abr. de 2010

Parece cômico...

É rara a necessidade de minha ajuda na recepção do CAPS. Mas, às vezes, dou uma força. Nestes momentos, acontecem diálogos como este:

- Oi. (paciente chegando)
- Oi, bom dia. (eu)
- O médico.
- Qual médico, por favor?
- Não sei.
- Você já é paciente daqui?
- Acho que já.
- Empresta aquele cartão do CAPS, por favor.
- Que cartão?
- Aquele cartãozinho branco, de agendamentos.
- Ah, perdi.
- E o do SUS?
- 'Tava junto quando perdi o outro.
- Tudo bem. Você veio por qual razão?
- Pra ver o médico.
- Entendi. E você está se sentindo mal agora? Ou é uma consulta?
- Não.
- Não está se sentindo mal?
- Não.
- E você não lembra se tem consulta?
- Não.
- Tudo bem. Você veio falar com o clínico ou o psiquiatra?
- Não lembro.
- Qual seu nome? (Silêncio). O seu documento de R.G. não está aí com você não, né?
- Não.
- Como você se chama?
- É... é... Antônio. (nome trocado)
- Antônio, por favor, me dá seu sobrenome pra eu encontrar seu cadastro aqui no CAPS e descobrir sua situação conosco.
- É... é...

4 comentários:

Jane Fiuza disse...

kkkkkkkkk... a doce linha tão tênue entre a loucura e a razão... pessoas assim necessitam de anjos envoltos em manto de candura como você, Cinira.....

C. Fiuza disse...

Obrigada, minha irmã. Só os trato com a devida atenção e carinho. ;-)

Anônimo disse...

Mas qual foi a conclusão da história? O Antônio se achou ou acharam ele?

C. Fiuza disse...

Achamos o prontuário do paciente quando ele disse o sobrenome. Ele? Nunca mais apareceu.

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